Bacharel de Direito, estudante de Teologia, pós graduanda de Direito, escritora, empresária e blogueira. Quase mulher, quase gente, quase anjo, quase santa. Apaixonada por nuvens e mar. Nem muito doce e nem tanto amarga. Feita de carne, osso, pele, cor e poema.

Livros

Como uma boa leitora, e com alguns (bons) pedidos, abracei a ideia de comentar um pouquinho sobre livros que eu já li.
Afirmar que ler é o melhor remédio para tantos problemas sociais e culturais é desafiar as fronteiras que enfrentamos, partindo do principio que nos despimos da forma já moldada e provocamos uma nova forma de pensar, analisar e olhar para a vida interior e exterior de um modo novo.
Não leio Harry Potter, Crepúsculo, ou mensagens de auto-ajuda. Dostoiévski, Dom Quixote, Guimarães Rosa, Mario Quintana, Borges, Rubem Fonseca, contos, poesias e biografias de bons cantores e compositores das décadas passadas, conseguem me fazer suspirar.
Respeito a sua opinião, o seu gosto e a sua preferência, e isso é muito importante para que possamos trocar informações e estimular o outro a nova leitura. Portanto, opine, recomende e comente.

“LER É O MELHOR REMÉDIO”
Eis aí um grande desafio:
Criar ávidos leitores!
Que leiam, leiam, horas a fio
Sobre ciências, poesia e amores.
Adquirir o hábito de ler é importante
Para investigar, pesquisar, delirar.
Ler é mesmo algo fascinante,
Envolvente, pois te leva a criar.
Diria que ler é o melhor remédio
Contra a ignorância, desinformação e tédio.
E qual é afinal o papel do professor?
Ser um exemplo, ser um elemento motivador.
Oferecendo pílulas diárias de leitura
Que leve as idéias a constante fervura.
Giani Peres.


Amores Mínimos – João Anzanello Carrascoza
Com Carrascoza em São Paulo
Após a recomendação pelo autor, eu, impaciente e ligeira, degustei cada página do livro.
Profissional na arte de detalhar as coisas, pessoas, gestos e realidades que são absurdamente comuns, ele consegue transformar o nosso modo de ver e pensar nas semelhanças existentes no nosso cotidiano.
O vínculo familiar como em outros livros é mantido, preservando os laços habituais com uma linha tênue entre a melancolia e o calor, de ser, estar e fazer.
Cheio de lirismo e com palavras esmiuçadas, dá para encontrar reservas de amores mínimos intensos em seus contos. A prosa e a poesia se misturam, embalando ao leitor a devorar apressadamente estes contos saudáveis e vivos, igualmente ao coração que bate e pulsa a cada emoção vivida.
Anunciado há poucos dias como livro finalista no prêmio Portugal Telecom de literatura. Resta-me apenas torcer por quem merece.

Parte do conto "Segunda pele"
Indico os contos: “Amor Arcaico”, “Segunda Pele”, “Violeta”.

“ ...ela disse, um dia, igual a água no auge do incêndio,
parece que cheguei tarde.
Mas, sentindo suas brasas borbulharem a minha
língua,
eu disse,
Não ainda estou amanhecendo.”
Segunda pele”




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História de Amor - Rubem Fonseca 
Fácil arrancar elogios de mim a Rubem Fonseca, ele que tem um talento ‘aguçadíssimo’ para criar personagens bem delineados a ponto dos enredos serem magistralmente articulados, com a sua capacidade absurda de retratar os diversos ambientes com uma riqueza de detalhes belíssima. ‘Rubão’ é um dos meus contistas preferidos.
Acredito já ter lido boa parte de seus livros: “Os prisioneiros”, “A coleira do cão”, “Lúcia McCartney”, “Feliz ano novo”, “O Cobrador”, "O seminarista", "Pequenas Criaturas", “Romance Negro”, “Agosto”, “Histórias de Amor” e “Buraco na parede” está na cabeceira, sendo degustado.
Com contos repletos de crimes passionais e violência inaudita como prova de amor, Histórias de amor não engana ninguém com este titulo. Tendo amor de uma forma diferenciada e cheia de tramas e pegadinhas de Rubem Fonseca, eis que continuo a adorar este modo de suspense e de raiva, sim, sinto raiva dele muitas vezes, pelo modo frio e calculista de permitir que sejamos envolvidos pelos tramas e artefatos deste cara.
Encarar as páginas deste sujeito é, sem dúvidas, um presente divino!
"Nas mãos de Rubem Fonseca, um anjo da guarda exorbita de suas funções, o amor de Jesus no coração pode ter conseqüências trágicas, a esposa submissa de um bandido é capaz de pedir-lhe uma violência inaudita como prova de amor, o amor de duas mulheres resulta numa busca desesperada de vida em comum, uma lua-de-mel que tem tudo para acabar mal é salva pela aceitação da imperfeição humana do Outro, os planos homicidas de um casal de amantes sofrem reviravoltas irônicas. De inequívoco, resta o amor. " 







“O assassino levou um cordão com a medalha de são Bento, que a menina usava.
Leitão balançou a cabeça, o seu queixo quase batendo no peito.
“Levou a calcinha dela também.“
"Vou ver os registros para ver se tem algum tarado naquela região.”
O amor de Jesus no coração







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Tatiana Brasil, advogada por profissão, arrebatada pela moda, escritora de mão cheia e minha amiga por escolha.


Encontrei quando menos procurava, teve um sabor diferente, um livro com diversas crônicas de várias coautoras, mas com uma graça maior, a presença de Tati enobreceu a obra, ela que com o coração cheio de amor após o fechamento de ciclos dolorosos, conseguiu se entregar a algumas delícias da vida, esquecendo dores, dissabores e a tristeza que insistiu em persegui-la por um lapso temporal.

O melhor da crônica “Após um vendaval” foi final feliz. Paulo Coelho cita que “Fechar portas, virar páginas, encerrar capítulos, terminar relações, tudo isso é importantíssimo na vida”, e assim ela fez, abandonou as amarras de anos, conseguiu apoio necessário e derrubou as muralhas que para nada serviam.

A participação no livro vai além de uma realização pessoal, o dom da escrita é evidente e precisa ser divulgado. A profissão escolhida por ela já deixou de ser a sua façanha faz muito tempo, a moda e a escrita permitem que o coração palpite com mais pulso e os olhos tenham um brilho mais bonito.

Os nossos devaneios imaginários se atraem, logo, eu e Tati comungamos um sonho, que alimentamos todos os dias, uma parceria muito bacana que bem em breve irá explodir em tantas palavras. Aguardem!

O livro se encontra disponível para venda aqui: Livraria Cultura



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“Os meus, os teus, os nossos” – Lidando com os desafios da família moderna de Gladis Brun
Um livro convidativo, leve e interessante, especialmente para quem já passou por um casamento com filhos. Mas, sobretudo, uma verdadeira identidade das novas famílias modernas.
Relatando convivências do mundo atual, principalmente com os inúmeros desafios do recasamento, com o recomeçar uma nova família a partir de outra(s) eu já existira(m). A possibilidade de abandonar os grilhões impostos pela sociedade, contos de fadas e pelo ranço da idade média.
Longe de ser um livro de auto-ajuda, aqui é dito claramente de como a união, o diálogo, e a compressão nas diversas famílias relacionadas é possível trazer a leveza para o relacionamento e que não existe mais uma única maneira de ser família, o núcleo familiar foi modificado, não há um perfil padrão.
Personagens que desmitificaram que as madrastas não são perversas, ser enteado não é uma metáfora para abuso, maus-tratos, ou negligência e que uma nova união com um dos seus genitores não faltaria os valores familiares ou tão poucos como ‘de menos probabilidade de serem bem-sucedidos. ’

Em mim, novos olhares, novas tentativas de entendimentos, e um modo diferenciado para as necessidades não só enquanto casal, mas  enquanto constituição de um novo vínculo parental.



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